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Seca e queimadas: O efeito no preço dos alimentos

Atualizado: 24 de set.


homem de camisa laranja no supermercado em frente ao freezer onde tem leite, iogurte e suco de laranja.
Crise climática vai impactar no preço dos alimentos.

O Brasil enfrenta a maior seca da história recente e queimadas em várias regiões do país. Especialistas apontam que isso terá um impacto significativo na economia, especialmente no preço dos alimentos. Neste post, você ficará por dentro da crise climática no Brasil e quais alimentos podem sofrer um aumento de preços como consequência.


Crise climática


A partir de setembro, os consumidores já começarão a sentir no bolso as consequências das queimadas e da seca severa que assola o Brasil. Além do impacto no preço da energia elétrica, que já está mais cara, o brasileiro provavelmente enfrentará um aumento nos custos dos alimentos. 


As queimadas têm uma longa história no Brasil e são uma prática antiga, regulamentada desde a década de 30. A legalização dessa prática foi adotada para facilitar o manejo agrícola e aumentar a fertilidade do solo.


A legislação sobre queimadas no Brasil estabelece que, embora o uso do fogo seja permitido, ele deve ser realizado sob regras específicas e com a devida autorização dos órgãos estaduais responsáveis. As regras visam controlar a prática para minimizar os impactos negativos, como a propagação descontrolada do fogo.


Atualmente, as queimadas são amplamente utilizadas em áreas rurais, particularmente para a limpeza de terrenos e manejo de pastagens. No entanto, o contexto ambiental mudou significativamente, com a intensificação das queimadas em algumas regiões do país devido a diversos fatores climáticos e humanos.


As queimadas no Brasil são um assunto de relevância, especialmente durante esse período de seca severa, que aumentam o risco de incêndios, soma-se a isso o contexto atual, em que o Cerrado, o Pantanal e a Amazônia nunca queimaram tanto na história do país. 


Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil teve mais de 100 mil focos de queimadas em 2024, o número já está muito maior que nos últimos anos, algo que não era visto desde 2010. Além das vegetações afetadas e a fauna dessas regiões estarem em grande perigo, o ar que respiramos está cada vez mais sem qualidade.


A crise climática no Brasil tem um impacto direto e significativo na inflação, especialmente no que diz respeito aos preços dos alimentos. A combinação de seca severa e queimadas provoca uma alta nos custos de produção e, consequentemente, um aumento nos preços dos produtos agrícolas. 


Os incêndios e a seca prejudicam as safras e pastagens, resultando em uma diminuição da oferta de alimentos essenciais. Com a oferta reduzida, os custos de produção sobem, pois os produtores enfrentam maiores despesas para manter a produção ou substituir produtos danificados. 


Plantação pegando foto, incêndio.
Os incêndios no Brasil tem aumentado em decorrência da seca.

Alimentos que podem ficar mais caros: açúcar, café, laranja, carne e leite (e derivados)


A seca severa e as queimadas em várias regiões do Brasil podem impactar diretamente nos preços dos alimentos. Veja quais produtos essenciais podem ficar mais caros:


Açúcar: A produção de açúcar pode ser significativamente afetada pela atual crise. Cerca de 80 mil hectares de cana-de-açúcar foram destruídos pelos incêndios, principalmente em São Paulo, o maior produtor de açúcar do país. Com a oferta reduzida, é esperado que os preços do açúcar cristal e refinado aumentem. Além disso, a produção de etanol, que também depende da cana-de-açúcar, pode sofrer variações de preço.


Café: O café está vulnerável a alterações de preço devido ao impacto das queimadas e da seca. Entre setembro e novembro, ocorre a florada do café, um período crucial para a formação dos grãos. A falta de chuvas e os incêndios estão prejudicando o desenvolvimento das plantações, o que pode resultar em uma menor produção e, consequentemente, um aumento nos preços do café.


Frutas e Hortaliças: A seca tem um efeito particularmente negativo sobre a produção de frutas e hortaliças. A laranja, em especial, está enfrentando dificuldades devido à massa de ar quente que compromete a qualidade e a quantidade da produção. 


Carne Bovina: O setor de carne bovina está sendo afetado pela redução da qualidade das pastagens devido à seca e às queimadas. Com menos pasto disponível, os custos para alimentar o gado aumentam, elevando o custo de produção da carne, resultando em preços mais altos para a carne bovina.


Leite e Derivados: Assim como a carne, a produção de leite e seus derivados também está sendo impactada. Com a diminuição na oferta de leite, é provável ter um aumento nos preços de produtos como leite, manteiga e requeijão.


Consequência econômica


O aumento geral dos preços dos alimentos, tende a acelerar em períodos de crise climática. Produtos básicos como açúcar, café, laranja, carne e leite ficam mais caros devido à escassez de oferta. Esse aumento nos preços alimentares afeta diretamente o custo de vida das famílias, especialmente as de baixa renda.


A crise climática traz desafios econômicos complexos que demandam ações coordenadas e eficazes. A resposta a essa crise deve ser estratégica, envolvendo tanto medidas de curto prazo para aliviar o impacto imediato quanto estratégias de longo prazo para fortalecer a situação econômica e ambiental do país.


Gostou do conteúdo? Continue acompanhando o blog da Solução Financeira. Até a próxima!  


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