Com as constantes mudanças econômicas no país é importante compreendermos como a inflação é calculada e como ela afeta os brasileiros.
O QUE É A INFLAÇÃO?
Inflação é a taxa média do crescimento de preços de bens e serviços em um determinado período. O que significa que quando a inflação está alta, o poder de compra do consumidor diminui, pois ele precisa gastar mais dinheiro para comprar os mesmos produtos do período anterior. A inflação é representada pelos índices de preços, o principal índice utilizado no sistema de metas para a inflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Desde que seja mantida sob controle, a inflação não é considerada um problema econômico. A inflação não é somente o aumento dos preços, mas sim um aumento persistente e generalizado, ou seja, esse aumento deve abranger uma média de todos os bens e produtos oferecidos.
PRINCIPAIS ÍNDICES DA INFLAÇÃO
O principal índice utilizado pelo Governo Federal para medir a inflação oficial do Brasil é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ele é desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para fazer o cálculo, o IBGE toma como base famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, por isso é considerado amplo. Outros índices também servem para medir a inflação, como o IGP-M e o INPC.
IGP-M
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele leva em consideração outras etapas do processo produtivo e não somente o preço final ao consumidor, como acontece com o IPCA. Para seu cálculo, o IGP-M leva em consideração outros três indicadores:
IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo): 60% de peso;
IPC (Índice de Preços ao Consumidor): 30% de peso;
INCC (Índice Nacional de Custo da Construção: 10% de peso.
A pesquisa para o IGP-M é sempre realizada entre o dia 21 de um mês e o dia 20 do mês seguinte. Ele leva em consideração todas as faixas de renda, e é nele que são baseados os contratos de locação de imóveis, além de servir de referência para os reajustes no setor.
INPC
Mais um índice calculado pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor é o segundo maior indicador oficial da inflação. Diferente do IPCA, este indicador ajuda a compreender os impactos da inflação nas famílias com rendas mais baixas. Enquanto o IPCA leva em consideração para seu cálculo famílias com renda de até 40 salários mínimos, o INPC foca naquelas famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos.
COMO ELA É CALCULADA?
A metodologia do IPCA tem como alvo as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, independentemente da sua fonte de renda. Para chegar ao índice de inflação, são coletados os preços entre os dias 1º e 30 de cada mês em lojas e estabelecimentos de prestação de serviços, concessionárias de serviços públicos, como água, energia elétrica e internet. Essa pesquisa é feita nas regiões metropolitanas de Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Belo Horizonte, Vitória, São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, além do Distrito Federal, e os municípios de Rio Branco (AC), Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Aracaju (SE) e São Luís (MA).
É definida uma cesta de referência, com os produtos e serviços essenciais para o consumidor. Com essa cesta definida, os pesquisadores coletam os preços médios dos produtos e serviços em diferentes locais. A cesta de produtos e serviços pesquisados mensalmente envolve itens como, arroz, feijão, consulta médica, mensalidade escolar, aparelhos eletrônicos e atividades de lazer. Quanto maior a importância de um item no orçamento dos consumidores, mais peso ele terá no cálculo. A cesta de produtos e serviços é definida pela Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, também realizada pelo IBGE. A POF tem como objetivo principal, investigar o padrão de consumo e gastos da população, ou seja, ela verifica o que as famílias brasileiras estão consumindo e o quanto do rendimento familiar é gasto em cada produto.
MAS O QUE CAUSA A INFLAÇÃO?
O aumento da inflação pode ser influenciado por diversas causas:
AUMENTO DA DEMANDA
O aumento da demanda é um dos principais causadores da inflação. Quando há pouca quantidade de determinado produto e existe uma grande procura por ele, o preço tende a subir. Ou seja, a demanda ficou maior que a oferta. Os preços tendem a subir também quando há uma maior disponibilidade de crédito, com o poder de compra maior, as pessoas tendem a gastar mais.
AUMENTO NOS CUSTOS DE PREODUÇÃO
A inflação também ocorre quando fica mais caro produzir determinado produto ou serviço. Por exemplo, se ficar mais caro produzir determinado item, a produção dele será menor, ou seja, a quantidade disponível para o consumidor será menor e os preços aumentarão para cobrir alguns custos ou taxas extras.
EMISSÃO DE PAPEL-MOEDA
Quando o governo decide ligar as máquinas de imprimir, coloca mais dinheiro nas mãos das pessoas. Esses consumidores, consequentemente, desejarão comprar mais. Imprimir dinheiro descontroladamente traz mais demanda, mas a oferta se mantém a mesma. Quando a demanda por certos produtos é maior do que a capacidade de fornecê-los, é natural esperar que o preço deles aumente.
COMO A INFLAÇÃO AFETA SUA VIDA?
A inflação é um problema sério que afeta milhões de brasileiros, principalmente aqueles com salários mais baixos e para quem vive de aluguel. Com a inflação alta, os preços aumentam rapidamente, a quantidade de bens e serviços que uma nota de 100 reais pode comprar, por exemplo, diminui na mesma velocidade, prejudicando principalmente quem usa dinheiro vivo, os mais pobres em particular. Outro ponto importante a se falar sobre a inflação é os preços mudarem com frequência, e alguns vendedores não reajustarem os preços à medida que eles aumentam, o que torna difícil para o consumidor saber em que lugar determinado produto está mais barato, o que força o consumidor a gastar mais tempo procurando por preços mais baixos. Além disso, é importante frisar com a alta da inflação a sua volatilidade, ou seja, ela pode mudar muito de um mês para o outro, o que torna a economia instável. E com a economia em terreno instável, menores são as chances de entrar investimentos no país, o que prejudica o crescimento econômico. A principal ferramenta que o Banco Central tem para fazer cumprir a meta de inflação é a taxa de juros, a Selic. Por isso, a Selic é aumentada quando os preços começam a subir de maneira perigosa. Taxas altas tendem a encarecer o crédito e frear o consumo. Quando a inflação está controlada, o BC tem maior liberdade para reduzir os juros e estimular a economia.
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Atualizado em 28/06/2022.
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