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Entenda o que é deflação e as características desse cenário

Atualizado: 9 de jul.

A inflação é uma pauta constante na economia, mas você já ouviu falar em deflação? Entenda o que significa esse termo, quando esse fenômeno ocorre e o que ele representa no mercado financeiro.

seta para baixo sobre uma escada de moedas

O QUE É DEFLAÇÃO?

A inflação é uma velha conhecida dos brasileiros e temos um post dedicado a te ensinar sobre ela aqui no blog. Porém nem sempre há um aumento dos preços, quando a taxa de inflação é negativa, nós chamamos de deflação. Ou seja, esse cenário nada mais é que a queda contínua e generalizada do preço dos produtos. Nesse sentido, há um aumento do valor real do dinheiro e o poder de compra cresce.


SE OS PREÇOS CAEM, ENTÃO É BOM?

A resposta é: nem sempre. Uma queda nos preços é positiva depois de um longo período de alta. Principalmente à vista do consumidor leigo que observa o custo dos itens básicos no cenário atual carregado de incertezas políticas. Por outro lado, um longo período de preços caindo podem indicar que a economia está parada. Existe uma deflação “boa” e uma “ruim”, calma que vamos explicar a diferença. Antes de mais nada, para entender inflação e deflação, precisamos falar de demanda e oferta. Demanda é quando o consumidor está comprando e consumindo determinado produto e/ou seus derivados. Já a oferta trata dos números de produção e distribuição do mesmo. Então, o cenário ideal é um equilíbrio entre produção e consumo. Oferta em excesso gera sobras e queda no preço. Igualmente, a alta procura sem produção suficiente faz com que os preços subam.


DEFLAÇÃO BENÉFICA

É bom para a economia quando a deflação é resultado de uma ação natural e pontual. Ou seja, quando há uma diminuição do consumo por um curto período de tempo e de forma espontânea, não relacionada à insegurança financeira. Também é positivo quando há um projeto para diminuição do preço de determinados produtos, como na redução do ICMS alguns meses atrás. Nesse caso, foi empregada uma estratégia calculada que permitiu o barateamento da gasolina e outros produtos relacionados a ela, sem interferir no volume de produção e consumo.


DEFLAÇÃO MALÉFICA

Em contrapartida, uma deflação prolongada também traz problemas porque mostra um desequilíbrio do mercado. Em alguns casos, a deflação é pior que o cenário de inflação, já que indica a recessão econômica. São características da recessão os seguintes cenários:


1. POSTERGAR GASTOS

As pessoas percebem a queda dos preços e vão adiando suas compras esperando que o produto desejado fique ainda mais barato. Isso diminui a movimentação de compra e venda em geral.


2. AUMENTO DO DESEMPREGO

No Brasil, principalmente, temos uma cultura de aversão à redução de salários, por isso nos momentos de recessão é mais fácil para as empresas demitir funcionários para reduzir gastos. De um jeito ou de outro, a renda das famílias fica reduzida.


3. AUMENTO REAL DAS DÍVIDAS

Com o dinheiro valendo mais, uma mesma quantia passa a valer mais para o credor do que quando ele concedeu o crédito, então o lucro na operação é maior já que contabiliza os juros e o aumento do poder de compra.


DEFLAÇÃO E IPCA

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é um indicador medido pelo IBGE conforme os hábitos de compra da população. A pesquisa analisa famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos e estabelece uma cesta de produtos mais consumidos. A partir dessa cesta, é feita uma listagem de preço médio. É esse mesmo indicador que serve para calcular a Taxa Selic. Ao todo são 367 itens entre produtos e serviços recorrentes no orçamento dos brasileiros.


QUANDO HOUVE A DEFLAÇÃO NO BRASIL

A última deflação registrada foi em 2020, no início da Pandemia, quando ainda não se tinha certeza de quanto tempo duraria o lockdown. Além do período de adaptação das compras remotas, parte da população tinha receios econômicos e preferiram poupar gastos diminuindo o consumo. Nesse sentido, a demanda era muito baixa enquanto a produção agregada era a mesma. Ainda assim a maior deflação foi de 0,4%, a maior desde Janeiro de 1980. Contudo, a pior deflação registrada no Brasil foi a queda do preço do café em 1931.


COMO EQUILIBRAR A DEFLAÇÃO

A maior dificuldade em equilibrar a deflação é de que ela se auto alimenta com a chamada espiral deflacionária. Funciona assim: a queda nos preços e a redução da renda familiar gera a queda na demanda agregada e menor confiança no mercado. Porém quanto menor o volume de compra e a confiança na economia, mais os preços e os salários caem. Esse ciclo vicioso se sustenta em cima de si mesmo até que haja uma intervenção externa.

espiral deflacionária

CONTROLE DE DEFLAÇÃO EM 1931

Em 1929 houve a quebra da bolsa em Nova York, com isso o mercado ficou extremamente instável. Na época, a produção de café no Brasil era suficiente para abastecer todo o mercado mundial. Porém, em 1931 a exportação caiu por conta das recessões dos demais países o que fez o preço do café despencar. Para diminuir a oferta e conter a queda de preço, o governo da época comprou e incinerou milhões de sacas de café.


EXPECTATIVA E PROSPECÇÃO

A deflação atual está muito relacionada com a guerra entre Rússia e Ucrânia, essa disputa teve muita influência na economia mundial. Porém, aqui no Brasil, a queda de preços não deve ser grande preocupação, ao menos não por enquanto. Mesmo que essa baixa se estenda por mais alguns meses, viemos de um grande período de inflação e aumento excessivo dos preços. Portanto, deve haver um equilíbrio no mercado interno.

Você pode continuar de olho no cenário econômico do Brasil e do Mundo através do blog da Solução Financeira. No nosso Twitter temos atualizações constantes de assuntos econômicos, siga nosso perfil @SF_negocia. Acompanhe também nossos perfis no Instagram, TikTok e nossa página do Facebook. Até a próxima!



Atualizado em 07/10/2022.

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